004/366 – A guerra dos Rosas

Na minha primeira postagem de 2024, a primeira do projeto “#366cronicas”, prometi lançar um texto por dia nestes 366 dias no ano. Uma das características da crônica e ter “vida breve”, característica que também pode ter o cronista, dependendo do que diga em seus textos. Ora, logo na primeira crônica eu a finalizei dizendo, “Minha esposa que lute”, daí porque minha vida pode se tornar breve.


Minha esposa, Nete Sousa, partiu para a luta e na minha terceira postagem fez um comentário e acrescentou um vídeo para comprovar o que dizia. Diz lá que não sou capaz de matar nem uma galinha, que dirá cometer homicídio, como afirmei na terceira postagem. O problema é que aqui no Nordeste se mata galinha quebrando o pescoço, o que realmente requer experiência. Porque matam galinha assim? Para o sangue correr para o pescoço e ele ficar grosso, fica tipo ao molho pardo.

Minha esposa do outro lado da mesa da cozinha, celular na mão e sorriso no rosto, digita. Eu, na outra ponta, atrás da trincheira, quero dizer, do notebook. Ela se levanta, meu celular apita, ela aponta para meu celular e diz, “Não era para eu lutar? Tô lutando”. Vou ver o que ela comentou. Ela sai da cozinha. Tá lá que não sou capaz de matar nem uma galinha. Dou uma boa risada do que li. Ela volta e pergunta, como é que eu comento com um vídeo. Eu explico e ajudo ela a postar a prova do meu crime, ou melhor, da minha incapacidade de matar um galo. Eu que lute, dos dois lados das trincheiras.

Rotsen Alves Pereira
Janeiro de 2024
#366cronicas

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