Crônicas do Garoto do Tempo



O Garoto do Tempo
Michael Jackson

Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa, quinta, vinte e cinco de junho de dois mil e nove. A temperatura caiu hoje e a tarde choveu, chuva fina e vento frio...
Hoje Michael Jackson morreu. Eu vou morrer. Digo isto como simples constatação, sem nenhum peso. Eu vou morrer,  não sei se antes, como ele - de doença ou acidente – ou de velhice. Quarenta e um no final deste ano, o Michael parou aos ciquenta, parada cardíaca.
Ao longo da vida Michael se metamorfoseou. Por livre e espontânea vontade o neguinho foi virando branco, beiços, pixaim, napa... Eu também me metamorfoseei, está semana mesmo passei a máquina no cabelo, dos trinta e dois dentes me faltam oito e a barriga começa a ser notada...
O cabelo deve ter sido o que ele primeiro mudou. Como a maioria dos artistas, afinal, é algo que podemos mudar entrando em qualquer salão de cabeleireiro, ou até mesmo sozinhos. O meu cortei porque a calvície avança, além de dar sinais de que terei aquele coroa característica dos franciscanos ou beneditinos. Cortei tão curto que tive que passar a pentear para frente, ficou parecido com um corte de cantor, cantor de pagode, embora uns tenham dito Nero e Napoleão.
Troquei a prótese que estava quebrada, corrigindo assim a ausência do primeiro pré-molar da arcada superior. Ainda falta um molar da arcada inferior, mas quase não se nota. Michael afinou os lábios, o nariz, em algum lugar li ou ouvi que  buscava ficar parecido com Diana Ross.
Ele começou a carreia cedo, ao cinco já cantava e dançava, aos treze já estreava em carreira solo. Viveu meio século,  teve três filhos e, ao contrario de mim, que nem filhos tive, não ficou barrigudo. Tenho que começar alguma atividade física e cortar a cerva.
Thriller é o álbum mais vendido da história. São tantos discos (quando ele começou eram discos e não CDs) vendidos que seria como se a cada dez pessoas no mundo uma tivesse comprado um disco dele. Eu não comprei nenhum, mas também não comprei de muitos outros artistas de quem também gosto. Rei do pop, ícone mundial, veado, pedófilo... ainda bem que era rico e branco. 

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