015/366 - Eduarda e Vitor


Era uma vez, Maria e João. Eles são duas crianças. Maria tem dois pais e uma mãe. João tem um pai e uma mãe. Não, nesta história não tem madrasta má, mas tem um padrasto mau, esse que vos escreve, mau que nem pica-pau.

Maria e João trilharam inúmeros caminhos em busca de doces. Depois de saciados, ou quando se achavam perdidos, retornavam para suas casas. Não sei quando foi que seus caminhos se cruzaram, se numa dessas idas, cheios de certezas, atrás dos doces, ou se foi quando retornavam satisfeitos, ou desapontados, famintos de "comida de verdade". Só sei que foi assim, seus caminhos se cruzaram.

João faz UERJ. Maria trabalha em telemarketing. Maria sempre quis ter um cachorro, João tem o Judá, um golden. João anda de moto, Maria fala em tirar a habilitação, e os dois andam de skate na Praça do O. João sabe inglês e espanhol, e Maria Duolingo. Maria tem uma máquina de costura, mas também tem uma Canon ‘profissa’. “E mesmo com tudo diferente, veio o medo de repente, uma vontade de se ver”. E os dois se encontravam em todo culto, e a vontade crescia como tinha de ser. Agora Maria e João planejam ter a mesma casa, para onde retornarão juntos ou lá se encontrarão.

Quem um dia irá dizer, que não existe razão nas coisas feitas por mim? Que o certo é "Eduardo e Mônica", "João e Maria". A Maria Eduarda é minha e vai vir sempre primeiro que esse, esse... servo de Deus, cuja descendência será tão numerosa quanto o pó da terra, segundo me disse o Senhor. Já posso até ver as poeirinhas correndo na poeira do meu sertão.

Rotsen Alves Pereira
Julho de 2024
Crônica dedica a minha filha e seu futuro esposo.

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