018/366 - Um homem bi-centenário
Está cada vez mais difícil exercer minha generosidade. Generosidade, esta coisa de dizer a que gênero pertenço. Preenchendo um formulário, por eliminação, me defini como “homem cisgênero”. As outras opções eram: mulher cisgênero, mulher transgênero, homem transgênero, pessoa não binária, não informar e não sei informar. Esta última opção eu que acrescentei. Não sou contra as ações de afirmação, todo o gênero humano tem o direito de se afirmar como se sente e não ser discriminado por isso. Eu pertenço ao gênero duvidoso, estou sempre em dúvida. Dias desses, minha irmã Joana D´arc, lendo algo que lhe enviei e pedi que opinasse sobre, me disse que não se usa mais a palavra denegrir com sentido pejorativo. A militância exagera. LGBTQIAPN+*, esta sigla só cresce, sugiro trocar o + pelo símbolo do infinito. Quando eu era gay, existia também o gênero simpatizante. Por parte dos grupos e instituições, há uma busca impossível de ser atingida, a de abarcar a todos. Sempre haverá um militante