008/366 - O pequeno príncipe

Estou envelhecendo. Estou envelhecendo e chegou o momento que eu tanto temia, aquele em que a esposa, que sempre trabalhou fora, decide ter um cachorro. Eu não queria ser um velho passeando com um cachorro. É, porque minha esposa é igual criança, arruma seus brinquedos, mas no final sobra para eu cuidar. Ainda bem que não é um poodle zero, seria muita viadagem eu levar para passear um poodle. Não que eu não seja viado, mas até a homossexualidade tem limites.

Ele é sagitariano, vira-lata de pouco mais de 40 dias, nascido em 07 de dezembro do ano passado, de pelo marrom, tons de preto na cauda e nas orelhas. Existem cem mil vira-latas como ele e eu. Nem eu e nem ele temos necessidade um do outro. Mas ele há de me cativar, então, ele será único para mim e eu único para ele. Tudo isto é muito bonito, um filhote de cachorro, o livro de Saint-Exupéry.

Realmente, tudo isto é muito bonito, quando visto de fora e no início. Mas o cachorro vai crescer, vai latir em horas impróprias, vai fazer cocô e xixi por tudo que é canto, está marcando território, é da sua natureza. Por isto, quando eu encontrar a minha “amiga” Cinthia, foi ela que doou o cachorro para minha esposa, pois é, quando eu encontrar a Cinthia Mello... Oh não, enquanto escrevo esta crônica ele dorme junto a meus pés, mas que droga, chegou ontem aqui e já me cativou. Ah, mas quando eu encontrar a Cinthia...

Rotsen Alves Pereira
Janeiro de 2024

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